Sobre o cacau
Assistam os videos sobre o cacau, e a maneira sustentável de produzir. A natureza é muito bela! Lembrando que a fruta é da região tropical.A produção de cacau na região da Amazônia brasileira.
https://www.youtube.com/watch?v=UOVV3lBAf_E
Na região da Bahia, preservando a Mata Atlântica que possui a maior biodiversidade. https://www.youtube.com/watch?v=XV_WoqsT0T0
O ESTADO DO PARÁ E A PRODUÇÃO BRASILEIRA DE CACAU
A cacauicultura brasileira está distribuída nas regiões nordeste (Bahia), sudeste (Espírito Santo), Centro-Oeste (Mato Grosso) e Norte (Pará, Rondônia e Amazonas).
Segundo dados do IBGE/SIDRA/LSPA, a produção brasileira estimada de cacau para o ano de 2011 será de 248.165 toneladas, a qual tem a seguinte distribuição nos Estados produtores: Bahia 154.634t (62,3%), Pará 63.739t (25,7%); Rondônia 17.486t (7,1%), Espírito Santo 8.099t (3,3%); Amazonas 3.520t (1,4%) e Mato Grosso 687t (0,3%). Como ainda se trata de uma estimativa, pois os dados anualizados ainda não foram fechados pela CEPLAC e IBGE, os ajustes quantitativos, certamente, ocorrerão (para mais ou para menos). No que diz respeito ao estado do Pará, os números que estão sendo coletados no campo, indicam que a produção poderá superar a barreira das 70 mil toneladas.
Com uma área plantada em torno de 110 mil ha de cacaueiros, cultivados por cerca de 15 mil produtores, o Estado do Pará, 2º produtor nacional de cacau em amêndoas, respondeu por 25,3% (59.537t) do total produzido (235.389t) no país em 2010 (IBGE/SIDRA, 2011), o que assegura arrecadações anuais de Imposto de Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) da ordem de R$ 30 milhões, a partir do valor da produção dessa atividade que ultrapassou R$ 300 milhões.
A cacauicultura paraense é explorada basicamente por pequenos produtores e estabelecidos, predominantemente, em solos de média a alta fertilidade, destacando-se como uma das mais competitivas do mundo, principalmente quando se considera a produtividade média (850 kg/ha) e o baixo custo de produção da lavoura (US$ 800,00/t), observados no Território da Transamazônica[2], zona que concentra 77% da produção estadual (CEPLAC /SUEPA/SEPES, 2010).
Tal desempenho, associada às características francamente preservacionistas da produção de cacau em sistemas agroflorestais, elege a cacauicultura como uma das mais interessantes alternativas agrícolas para o desenvolvimento rural sustentável no estado do Pará, sendo, atualmente, discutida a sua inclusão como espécie para composição da reserva legal das propriedades agrícolas na Amazônia.
Entretanto, a despeito do expressivo incremento da produção de cacau do Estado, saindo da secular produção de 1,7 mil t/ano para mais de 70 mil t/ano (estimativa para 2011), a cacauicultura paraense, segundo as informações extraoficiais dos agentes das principais compradoras de cacau instaladas no Estado, ainda se ressente de produção em escala capaz de viabilizar o estabelecimento do segmento industrial, com a consequente agregação de valor, geração de empregos e divisas.
Por outro lado, a produção estável de maiores volumes do produto propiciará à cacauicultura do Pará tirar melhor proveito das reconhecidas qualidades intrínsecas das amêndoas aqui produzidas (maior teor de gordura e ponto de fusão), garantindo maior participação em novos blends, acessando de forma mais competitiva o tradicional e conservador mercado internacional de cacau.
A drástica redução da produção nacional de cacau, ainda se recuperando das perdas impostas pela disseminação generalizada da vassoura-de-bruxa na tradicional região cacaueira da Bahia, abre uma janela de oportunidade para a expansão segura da cacauicultura no estado do Pará, de forma a consolidar integralmente a sua cadeia produtiva.
Com um parque industrial instalado para moer mais de 250 mil t/ano de amêndoas de cacau, o Brasil importou em 2011 32.546 toneladas de cacau (MDIC/ALICEWEB, 2012), o que permitiria ao estado do Pará, no médio prazo, aumentar a sua atual produção, sem pressões significativas sobre os preços dessa commodity no mercado.
O alcance desse cenário poderá ser perseguido tanto pelo incremento da produtividade, como da expansão da área cultivada. No que diz respeito à produtividade, grandes avanços podem ser obtidos na seleção de novos clones e/ou no desenvolvimento híbridos mais produtivos e tolerantes à vassoura-de-bruxa, podridão parda e, ainda, a ameaças iminentes como a monília, cada vez mais próxima dos cacauais amazônicos (Ram, 2004). Esse esforço, facilitado pela ampla variabilidade disponível nas coleções de germoplasma da CEPLAC, estabelecidas na Estação de Recursos Genéticos do Cacau “José Haroldo” (ERJOH), em Marituba-PA, requer investimentos em pesquisas capazes de viabilizar, em médio e longo prazos, o lançamento de novos clones e/ou híbridos, baseados em genótipos já identificados como produtivos e/ou portadores de fontes alternativas de resistência à vassoura-de-bruxa (Fonseca et al., 1996).
Quanto à expansão da área cultivada, a forte demanda por sementes híbridas para novos plantios, associada à disponibilidade de mais de um milhão de hectares de solos de média a alta fertilidade nas regiões cacaueiras da Transamazônica e Sul do Pará, por si só, já garantem o espaço para expansão. Mais que isso, uma demanda potencial e ambientalmente mais correta, está nas áreas alteradas do estado do Pará, propiciando a esse ambiente sua recuperação em bases economicamente viável, além de contribuir para contenção no avanço de utilização de mata primária, propiciando o aparecimento de “floresta produtiva”.
Texto de Fernando Antonio Teixeira Mendes
http://www.ceplacpa.gov.br/site/?p=3009
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